Como a automação financeira pode salvar uma PME da falência?

Publicado em 21 de outubro de 2020

Capa artigo João Tosin

João Tosin, CEO da Celero, trouxe em sua palestra pelo B2B Stack a sua experiência de como pequenas e médias empresas podem se salvar da falência por meio da automação e gestão financeira. Além disso, também trouxe algumas dicas de boas práticas para sua empresa se organizar melhor financeiramente.

Um dos temas mais abordados aqui no Blog da B2B Stack é a questão da digitalização e automação de processos. E não é a toa. Cada vez mais grandes e pequenas empresas têm reconhecido a importância de abandonar os processos manuais e repetitivos em troca de um software que centraliza e organiza todas as informações.

 

Para o setor financeiro, isso pode significar tirar uma grande responsabilidade da mão do empreendedor. Ao invés de perder um tempo valioso atualizando planilha e realizando pagamentos, as plataformas de automação financeira oferecem a segurança e facilidade que podem acabar fazendo a diferença no futuro da própria empresa.

Para discutir isso, João Tosin trouxe no bate-papo pelo B2B Finance Conference a sua opinião e experiência sobre como pequenas e médias empresas podem utilizar ferramentas de automação financeira para se salvar da falência.

João atua como CEO e Co-founder da Celero, plataforma de automação financeira e uma das principais fintechs do Brasil. Anteriormente, trabalhou como consultor comercial na Directa Shopping Centers e na Contabilidade Interna, Crédito Consignado e Melhoria de processos no HSBC.

Assista ao conteúdo na íntegra:

Quais são boas práticas para a empresa não quebrar?

“O primeiro ponto é uma estatística importante: 85% das pequenas e médias empresas não sabem o que é gestão financeira. Elas acreditam que esse conceito significa pagar boletos, emitir notas e fazer o fechamento. 

E esse é um controle que não serve para nada. Se você for parar para pensar em ‘gestão financeira’, estamos falando de cuidar do dinheiro. Ou seja, tomar ações relacionadas ao dinheiro.

Se eu ficar olhando só para o passado, eu não tenho o que fazer com essa informação, isso já aconteceu. A gestão financeira é como se você estivesse dirigindo em uma estrada. Você olha muito mais para o para-brisa do que para o retrovisor.

A função dessa gestão é separada em três pilares: em primeiro você tem que ter o controle de cada centavo que entra e sai.  É muito comum o empresário fazer conta por aproximação e isso não faz sentido nenhum. 

Em seguida, é importante ter previsibilidade de curto e médio prazo, ou seja, saber as contas que tem que pagar, ter conhecimento sobre despesas e custos fixos, variáveis e até mesmo os impostos.

Então eu consigo projetar como estão as minhas próximas semanas, meses e, dependendo da minha qualidade de gestão, até os próximos anos. O que eu não tenho certeza? Dos meus recebimentos, mesmo que eu tenha contrato assinado. A previsibilidade é a noite de sono do empresário.

É muito comum o empresário agir no impulso como: ‘Essa semana eu não tenho dinheiro para pagar as contas então eu vou no banco e depois me viro’. É esse tipo de erro, de completa desinformação, que pode acabar quebrando uma empresa.

Por fim, ter também a visão clara do objetivo da empresa. Todo empreendedor tem um objetivo. Mas você precisa entender o quanto isso representa em dinheiro. Se você quer atender 1 milhão de clientes. Quanto vai custar para isso? 

As empresas muitas vezes acabam se perdendo na rotina do ‘vou vender tudo que eu posso’ e no mês seguinte recomeçar o processo. O problema é que você não sente o progresso, o que acaba resultado em uma série de decisões equivocadas que comprometem o médio e longo prazo.”

Por que empresas ainda não fazem a gestão financeira?

“Principalmente nas pequenas e médias empresas, o empresário é responsável por fazer tudo. Ele compra, vende e atende. Por mais que ele tenha um time, ele é o centralizador. 

No mercado, existem soluções que atendem as demandas financeiras, mas elas precisam necessariamente do imput de dados. Então é fazer a separação de custo e despesa, e todas as outras informações. Isso dá muito trabalho.

Já para contratar um profissional que faça isso, existe um custo elevado. Então o que ele faz? Contrata uma pessoa de confiança, só que geralmente sem muita experiência nisso, e transforma ele em alguém que faz tudo da empresa. Todo mundo gosta de ganhar dinheiro mas a grande maioria não quer entender o dinheiro.

Eu entendo que a falta de conhecimento, de informação e as barreiras técnicas que são impostas para a gestão financeira acabam demonstrando que o processo é muito mais complexo do que realmente é. É aí que entra a nossa proposta. A Celero sempre quer tirar o trabalho da empresa.”

E a automação financeira? Onde ela entra nessa história?

A automação financeira funciona justamente para automatizar os processos que são repetitivos e manuais. Então, para dar um exemplo: temos um software, pode ser uma planilha no Excel com qualquer controle no método tradicional. 

Você vai receber uma conta de luz e o que você deveria fazer? Antes de pagar, você joga no seu controle com todas as informações. Por que? Pois você precisa ter previsibilidade sobre o vencimento.

No dia do vencimento, a sua empresa tem que então ir no banco para pagar a conta, para então voltar no sistema e dar a baixa nesse pagamento. Isso é uma rotina simples e olha a quantidade de processos para realizar um pagamento.

Então, com a automação financeira funciona da seguinte maneira: chegou a conta de luz e o seu único trabalho é bater uma foto desse documento. A tecnologia consegue identificar que isso é uma conta de luz, uma despesa administrativa para a empresa. Todas as previsibilidades acontecem de maneira automática. 

No dia de fazer o pagamento, você não precisa ir atrás do código de barras para levar ao banco. Isso já está lá no banco e seu único trabalho é realmente aprovar.”

Conheça também as principais plataformas de gestão financeira com foco em pequenas e médias empresas.

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